segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sacerdotisa - Revelações

O contexto dessa fic é ainda após a guerra contra Hades retratada no anime. Alguns fatos foram ligeiramente modificados. Nesta fic, como também em sua antecessora, os cavaleiros de ouro, em especial, estão vivos, apesar de não terem recuperado toda a sua força ainda.

Novamente optei por deixar Mu descrito como o personagem principal da história, mesmo que muitos cavaleiros de ouro também apareçam.

Obviamente Saint Seiya não me pertence. Mas os meus personagens sim.

Boa leitura!

Sacerdotisa – Revelações

—Capítulo primeiro—


Em um dia de sol, pássaros voavam e cantavam alegremente tendo o azul majestoso do céu como paisagem - Um belo dia começava no santuário da deusa Athena. Esta havia viajado ao Japão com a companhia de Kiki, o garoto estava se divertindo muito. Em seu santuário, o dia começava normal, como outro qualquer.

– E agora... Pó de estrelas... Mais um trabalho concluído.

Instrumentos refinados e precisos estavam dispostos próximos a um homem, um jovem homem de aparência tranqüila.

Mu, o cavaleiro de Áries, havia despertado cedo e consertava algumas armaduras. Logo ele descobriria que receberia uma visita de Linna, sua amada e sacerdotisa de Athena, que no momento estava a treinar em sua casa.

—Athena estará bem? Kiki estará se divertindo?

Linna, a sacerdotisa, era uma mulher jovem muito simpática e bonita, possuía longos cabelos azuis e olhos azul-escuros. Ela tinha Camus, o cavaleiro de Aquário, como seu irmão gêmeo, Shaka, o cavaleiro de Virgem, como seu melhor amigo e Mu como seu grande e único amor. A jovem conhecia o ariano há aproximadamente um mês, e os dois estavam juntos também há pouco tempo.

Assim que a sacerdotisa termina seu treinamento, toma um banho e se veste para sair. A jovem veste uma rodada saia azul escuro e uma confortável blusa branca e sai rumo às Doze Casas do Zodíaco. Enquanto isso, Mu terminava de consertar mais uma armadura e se levanta para tomar um copo de água. Linna chegava em Áries e rapidamente parava ao ver armaduras espalhadas pelo chão. Ela não gostava de atrapalhar as atividades do cavaleiro, mesmo que este dissesse que não havia problema algum.

—Linna? O que faz parada aí? Entre — diz Mu.

Antes que a sacerdotisa pudesse contestar alguma coisa, o cavaleiro de Áries passa seus hábeis braços por detrás da cabeça da jovem. Ele observa, divertido, atentamente a reação de Linna e encosta suavemente seus lábios aos dela para lhe roubar um longo beijo.

—Senti saudades suas — ele diz.

—Eu também! — a sacerdotisa responde sorridente.

—Apenas não diga que me atrapalha.

—Está bem— se o ariano não tivesse dito isso, ela certamente teria perguntado se o estava atrapalhando — Aonde pretende almoçar hoje?

—Podemos ir ao salão — responde o ariano.

—Então está combinado! — ela sorri.

Pouco tempo depois, os dois haviam partido para o salão em questão. Linna cumprimenta então seu querido amigo que já se encontrava sentado à mesa:

—Shaka! Olá!

—Linna, como está?

Os dois trocam os cumprimentos costumeiros.

O ariano puxa uma cadeira ao lado do virginiano para que a sacerdotisa se sente. Ela se senta e ele faz o mesmo ao seu lado. Mais alguns cavaleiros chegam e todos começam a conversar.

—Niisan!

Camus chegava à mesa

—Como vai irmã? —Camus pergunta esboçando um sorriso.

—Muito bem!

—Eu vi direito?

—Olá Aphrodite! — a sacerdotisa cumprimenta o cavaleiro de Peixes.

—Camus deu um belo sorriso! —provoca o pisciniano — E olha que eu realmente entendo de beleza!

—Está alegre hoje? — pergunta Shura.

—É algo meio raro de se ver... —brinca Death Mask.

—Qual o problema dele ser reservado? — interveio Miro.

—Não briguem! Vamos almoçar em paz — sentencia Aldebaran.

—Isso é um pouco difícil por aqui... —completa Aioria

—De qualquer forma —finaliza Saga — Comamos!

Os pratos são postos à mesa e logo esvaziados. Depois de mais de um mês, os presentes à mesa já haviam se acostumado com a sacerdotisa e Mu de Áries juntos, porém uma pessoa ainda não achava isso certo, esta que não estava presente à mesa, era o curandeiro chefe de Athena.

Após o almoço, Linna parte para sua casa com a companhia de Shaka, e Mu volta à Áries para consertar mais armaduras.

A sacerdotisa e o virginiano permanecem conversando por algum tempo, até Shaka voltar para sua casa cumprimentando Mu assim que passa por Áries. Linna começa então a dar uma ordem em seu domicílio e o ariano assim que acaba seus afazeres sai para dar uma volta.

O tempo começa a mudar no santuário, grossas nuvens acinzentadas acumulavam-se no céu.

Linna, no parapeito da janela de sua casa, a observar o céu, começa a se sentir verdadeiramente estranha.

Mais tarde, Mu retorna à sua casa e para seu espanto encontra Linna adormecida em sua cama. O ariano se aproxima devagar com um sorriso calmo em seu rosto até reparar que a sacerdotisa possuía seus pés descalços e sujos. O cavaleiro de ouro senta-se próximo à jovem um pouco preocupado e começa a chamá-la:

—Linna...? Linna?

Pouco tempo antes, a sacerdotisa, ainda em sua casa, começava sentir fortes dores. Ela segurava fortemente sua cabeça tentando apaziguar a dor enquanto corria porta a fora. A jovem precisava de um lugar seguro, em seu subconsciente ela procurou a casa de Áries. Linna entra na primeira casa e se deita na cama de Mu, ainda se contorcendo de dor, até que ela é vencida pelo esforço e perde a consciência. Agora ela estava sendo acordada pelo seu cavaleiro de ouro. Este dizia com um rosto compreensivo:

—Veio me visitar?

A sacerdotisa simplesmente não se lembrava como havia parado ali. Ela apenas se lembrava de estar em sua casa e começar a se sentir mal.

—Sim — responde a jovem, um pouco insegura.

—Eu fico feliz, mas, por que você veio descalça?

Ela ficou sem palavras e observou seus pés devagar. O que teria acontecido?

—Não precisa mentir para mim, o que houve?

Silêncio. Linna permanecia parcialmente sentada observando o nada.

—Deite-se — ela se deita— Linna — o ariano dizia enquanto pegava na mão da sacerdotisa — você confia em mim, não confia? Você sabe que eu irei te proteger não importa o que aconteça, não sabe? Você não quer me dizer o que está havendo?

Linna simplesmente não responde nada, apenas começa a se levantar dizendo que lavaria seus pés. Diante disto, o preocupado cavaleiro diz:

—Tem certeza que está bem para se levantar?

A sacerdotisa se levanta e na hora sente uma fraqueza e quase cai. O ariano a segura:

—Linna? Você está bem?

Mu a deita e a jovem permanece calada. O cavaleiro continua:

—Eu vou lavar seus pés, está bom assim?

A sacerdotisa assente com a cabeça.

—Espere aqui, por favor — Mu diz isso enfatizando as duas últimas palavras.

Linna espera, um pouco ofegante, de barriga para cima, olhando ainda o nada, muda.

O ariano retorna com um recipiente com água, um sabonete e duas toalhas. Com uma toalha úmida pela água e ensaboada pelo sabonete ele limpava seus pés. Após estarem devidamente limpos, ele os enxaguaria e os secaria com a toalha preservada seca. Linna permanecia calada sem nem ao menos olhar para o cavaleiro que agora também permanecia mudo e com um olhar calmo. Assim que este termina diz:

—Se você não quiser me contar, eu entenderei. Mas permanecerei preocupado sem saber o que está acontecendo.

—Não há motivos... — responde a sacerdotisa ainda sem encará-lo.

—Descanse agora. Descanse sob a minha proteção.

Linna vira-se de lado. Mu permanece próximo à sacerdotisa, sentado em uma cadeira. Ela logo adormece e o cavaleiro de Áries vela seu sono.

Bastante tempo depois quando já começava escurecer, Linna acorda chorando. Mu rapidamente percebe o estado da jovem e vai até ela sentando-se na cama.

—Linna, você está bem?

—Mu!

—Eu estou aqui com você!

—Me desculpe...

—Não precisa me dizer nada se você não quiser, está tudo bem.

—Eu não sei o que está acontecendo comigo, eu apenas me lembro de estar em minha casa...

—Vai ficar tudo bem, eu vou te proteger. Acalme-se agora. Descanse.

Linna pela segunda vez em sua vida chorava nos braços de alguém. A primeira vez que isso aconteceu foi justamente com Mu, quando ela conta a ele que o amava, porém tinha medo que esse sentimento acontecia devido a uma profecia.

—Mu, me prometa uma coisa. Prometa que não vai contar a ninguém sobre isso. Por favor! Eu não quero preocupar mais ninguém!

—Eu prometo.

—Fica comigo?

—Sempre ficarei.

A sacerdotisa adormece novamente em Áries com o cavaleiro de ouro que mais amava velando seu sono.

No meio da noite, Linna começa a ter febre, Mu umedece um pano e o coloca sobre a testa da jovem. Algum tempo depois, a sacerdotisa “acorda” extremamente assustada aos berros.

—Não!! Fique longe de mim!!

—Linna!

—Mu! Diz pra ele ficar longe!

—Quem?

—Ele!

—Acalme-se, estamos apenas nós dois aqui meu amor.

Linna agora permanecia muda, com os olhos arregalados e olhando para o nada.

—Está tudo bem agora, eu estou aqui.

A sacerdotisa abraça seu cavaleiro dourado. Este lhe diz:

—Eu te protegerei de todo o mal, eu lhe prometo.

Mais uma vez Linna adormece em Áries.

No dia seguinte, Mu vai com a jovem até sua casa. Linna não contesta, ela simplesmente sabia que o ariano a acompanharia até o fim do mundo, e ela mesma precisava e queria a companhia de Mu.

A sacerdotisa permanecia deitada em seu sofá com algumas almofadas para lhe dar apoio. O cavaleiro de ouro fazia o almoço. Quando este termina de preparar a comida, Linna diz tristemente:

—Eu não quero mais lhe dar trabalho.

—Não é trabalho algum, além do que, você não tem culpa por estar assim. Irei me ofender se disser mais uma vez que dá trabalho.

Linna da um pequeno sorriso. O ariano continua:

—Isso! É assim que eu quero lhe ver. Agora você deve se alimentar. Trarei seu prato.

—Mu, eu te amo.

—Eu também lhe amo — ele diz sorrindo docemente.

Após o almoço, o ariano resolve praticar uma idéia que havia tido: chamar Shaka. Se Linna não havia contado nada a ele, talvez ao virginiano contasse. Mu chama mentalmente o cavaleiro de Virgem dizendo a ele que converse com Linna. Rapidamente Shaka aparece dizendo que havia vindo visitar a sacerdotisa e o ariano diz que irá sair um pouco.

—Você está bem? — pergunta o virginiano à jovem.

—Para ser sincera Shaka, não muito. Eu gostaria de conversar com você. Eu justamente ia pedir ao Mu que lhe chamasse.

—Serei todo ouvidos.

—Irei lhe contar tudo que sei desde o dia em que fugi do santuário — Shaka abre seus olhos.

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