domingo, 25 de maio de 2008

Sacerdotisa - Capítulo doze (Final)

Como a vida de uma pessoa pode mudar em tão pouco tempo, em poucos dias se apaixonar e se entregar completamente a esta paixão, seria o destino?

Assim que o sol amanheceu, a sacerdotisa de Athena já pretendia levantar-se, porém, seus planos iriam ser rapidamente modificados. No instante em que Linna demonstrou qualquer reação que levantaria, Mu disse instantaneamente, parecia que estava acordado há algum tempo:

—Fique mais um pouco.

—Mu? Eu acho que eu deveria ir para minha casa agora.

—Se esta é minha casa, ela é também sua casa — responde calmamente o ariano.

—Está certo. Eu ficarei mais um pouco — diz a sacerdotisa envergonhada com tal afirmação.

—Assim está bem melhor.

Mu começa a acariciar os cabelos de Linna.

—Lembra-se de quando você me trouxe para sua casa quando eu estava doente?

—Lembro-me.

—Eu nunca imaginaria que eu dormiria... Nesta cama...

—Espero que tenha gostado de dormir aqui nesta cama, comigo.

—Foi a minha melhor noite de sono. Foi tudo tão maravilhoso Mu, eu só não esperava que acontecesse tão rapidamente.

—Você não se arrepende, arrepende?

—Nunca.

—Que bom.

Os dois permaneceram na cama conversando por mais algum tempo, até que Linna começasse a se trocar:

—Eu vou treinar agora, vamos almoçar depois juntos? — diz a garota.

—Sim, aonde pretende almoçar?

—No salão. Pode ser?

—Uma boa idéia.

Os dois já estavam vestidos. Linna e Mu se despediam, porém antes que a sacerdotisa pudesse sair uma voz fez-se ouvir:

— Mu!

—Linna, eu vou ver quem é — o ariano estava penteando seus cabelos.

Assim que o cavaleiro de ouro sai, ele vê que se trata da visita do curandeiro.

—Mu, eu fui até à casa da senhorita Linna e ela não estava. Você por acaso sabe onde ela está?

—Sei sim, ela está aqui comigo.

Era evidente o que se passou na cabeça do curandeiro de olhos arregalados e boca aberta. E ele estava certo.

—Mu! Como você sendo um cavaleiro de ouro dentre os mais respeitáveis faz isso com uma jovem sacerdotisa!

O cavaleiro de ouro estranhou a reação do curandeiro. Neste momento a sacerdotisa em questão aparece na porta:

—Eu estou aqui por livre espontânea vontade!

—Senhorita Linna! Como pode! A senhorita é a sacerdotisa de Athena! Deveria se dar ao respeito!

Antes que qualquer coisa pudesse ser percebida, Mu diz:

—É melhor que você saia agora, não vou tolerar que fale mal de Linna mais uma vez se quer.

O curandeiro sai, em direção à décima terceira casa, ele não ousaria desrespeitar um cavaleiro de ouro, também se ousasse...

Mu se vira para encarar sua amada, ele já sabia como a encontraria. Linna estava com os olhos fixos para o chão, ela nem piscava. O ariano começa uma conversa:

—Linna...

—Ele está certo Mu.

O cavaleiro apenas continuou a olhá-la. Ele esperou que ela continuasse.

—Realmente foi tudo muito rápido...

—Você se arrepende de algo?

—Não...

—Pois então! Você será minha única mulher e eu não vou te deixar nunca. Não há nada para se preocupar... — o ariano carinhosamente leva sua mão ao rosto de Linna. Ele mantinha em seu rosto o olhar mais compreensível do mundo.

Linna então sorri profundamente. Ela esquece completamente a cena do curandeiro, não que ela achasse que Mu a deixaria, porém ouvi-lo dizer tais palavras a fizeram se sentir realmente feliz.

—Mu, você é mesmo uma gracinha! — dizendo isso ela beija a bochecha do ariano que sorri espantado — Eu vou para minha casa agora, preciso treinar.

—Tem certeza que está bem?

—Estando ao seu lado, eu sempre estarei bem. Até mais! Eu volto antes do almoço para cá! —Linna sai correndo abanando um tchau para o cavaleiro, este sorri e vai para sua cozinha arrumar seu café da manhã. Ele diz sorrindo:

—Poderia ao menos ter tomado seu café.

A sacerdotisa corria, nem ela sabia por que estava correndo. Ela apenas sabia que estava muito feliz a ponto de gritar. A vontade que ela tinha era de acordar todo o santuário, ver seu amigo Shaka, ver seu irmão Camus, abraçar a todos! Como ela estava estonteantemente radiante! Assim que a jovem chega em sua casa, troca sua roupa para treinar. Sempre mantendo o mais belo sorriso que poderia ter posto em seu rosto. As magias que ela proferia estavam realmente muito poderosas, o amor do ariano fazia com que ela fosse a melhor sacerdotisa que Athena poderia ter, porém, ela nem havia reparado neste detalhe. Linna continuou a treinar até que chegasse a hora do almoço.

O cavaleiro de Áries havia treinado um pouco e depois se refrescado no lago habitual. Ele enquanto estava no lago, não deixava de lembrar da noite anterior. Sorte dele que seu discípulo estava fora, pois se ele o visse dessa forma, todo sorridente e pensativo, iria logo pensar no que poderia ter acontecido com seu mestre. O ariano retorna para sua casa e espera a chegada de Linna que não demoraria a chegar.

—Olá Mu!

—Olá, treinou?

—Sim. Depois eu tomei banho e vim logo para cá.

—Que bom. Só quero te dizer uma coisa.

—Que coisa? — Linna pergunta espantada. O ariano se aproxima e diz em seu ouvido:

—Da próxima vez que dormir aqui, tome pelo menos o café antes de fugir de mim.

A sacerdotisa sente seu rosto esquentar um pouco.

—Prometo que tomarei café da manhã.

O ariano sorri para ela.

—Vamos — ele diz.

—Sim, vamos.

O cavaleiro de Áries respeitosamente passa um de seus braços por trás da cintura da jovem sacerdotisa. Os dois permanecem conversando até chegarem ao salão. Linna trajava um vestido de cor verde e Mu trajava suas habituais roupas. Eles chegam ao salão. Lá já estavam alguns cavaleiros de ouro, inclusive Shaka e Camus.

—Shaka! Olá —Linna cumprimenta animadamente seu querido amigo virginiano.

—Olá Linna! — o cavaleiro de Virgem responde de olhos fechados.

—Olá Nisan!

—Olá — responde Camus à sua irmã. Ele mantinha em seu rosto um olhar um pouco preocupado — Após o almoço eu gostaria de conversar com você.

—Sim — a sacerdotisa responde um pouco espantada e o ariano havia reparado muito bem na atitude de Camus.

O almoço seguiu seu rumo, todos se alimentaram e ficaram satisfeitos. Os pratos foram retirados. O cavaleiro de Aquário se levanta e diz para Linna:

—Vamos para sua casa.

—Sim — ela responde olhando para baixo. A sacerdotisa sabia que Mu compreenderia. Ela sai com seu irmão.

Os dois irmãos andavam calados e só interrompem este silêncio quando estavam dentro da casa da sacerdotisa.

—O que gostaria de me falar irmão?

—Hoje mais cedo eu recebi a visita de um curandeiro de Athena.

Linna arregala seus olhos, ela já sabia o que estaria por vir. Camus continua.

—Eu preferi falar a sós com você para você decidir o que fará ao saber disto. Eu realmente confio em você, sei que você sabe o que é certo, e o que não é. Sei também que você encontrou o homem da sua vida. Apenas tome cuidado com o que irá contar ao Mu, ele pode não ser tão compreensivo como eu fui.

—O que o curandeiro lhe disse?

—Que você havia dormido em Áries.

—Nisan...

—Linna, não se preocupe em dizer nada a mim. Você é adulta e sabe bem o que faz. Conte comigo também se precisar conversar. Ou com Shaka, sei que você se sente mais à vontade para conversar com ele. Eu vou para minha casa agora. Cuidado com o que dirá ao Mu.

—Eu sei disso— diz Linna — Mas não posso mentir a ele — Camus caminhava até a porta — Até mais nisan.

—Até.

Assim que seu irmão sai, a sacerdotisa sai também rumo às doze casas. Ela encontra Áries vazia. Rapidamente toma o caminho para a sexta casa.

—Olá Linna.

—Olá Shaka.

—Como pode...

—O que?

—Você ter mudado tanto em pouco tempo. No almoço você estava tão feliz.

—Eu estou feliz.

—Então o que está fazendo você ficar preocupada?

—Acho que você tem razão amigo, nada. Eu estou me preocupando, como sempre, com coisas que não tem importância alguma! — ela sorri novamente.

—É assim que gosto de ouvir você falar sacerdotisa de Athena.

Linna sorri e encara o chão timidamente. Ela possuía o rosto avermelhado. Shaka estava com seus olhos fechados, porém ele sabia que sua amiga estava envergonhada por algum motivo. A sacerdotisa permaneceu calada, o virginiano então diz:

—Tem algo que você gostaria de me contar?

—Tem — responde a jovem ainda um pouco envergonhada.

—Estou aqui para lhe ouvir.

A sacerdotisa permaneceu muda. Shaka resolve ajudá-la.

—É sobre o Mu novamente, certo?

—Sim...

—Você gostaria de me contar que vocês se entregaram um ao outro?

Linna estava realmente vermelha agora. Ela diz espantada:

—O que? Como soube?

—Linna, mesmo eu mantendo meus olhos fechados consigo reparar na sua felicidade. E julgando o fato de você estar envergonhada por tanto tempo na minha frente, só poderia ser isso — o cavaleiro de Virgem age com total naturalidade. Será que apenas Linna se envergonhava com essas coisas?

—Bem, é por isso que eu estou um pouco preocupada. O curandeiro me encontrou em Áries hoje de manhã e foi contar ao meu irmão.

—Camus por acaso ficou bravo?

—Não. O problema é que Mu não gostou do jeito que o curandeiro falou comigo hoje cedo. E agora este ainda começou a tomar suas próprias ações. E eu realmente espero que não pensem mal de mim. Não seria bom para a sacerdotisa de Athena.

—Ora Linna, sempre terão pessoas que não se contentam com a felicidade de outras. Você não deve se preocupar com isso.

—É, não vou mesmo me preocupar. Apenas importa o que Athena, Mu, meu irmão, você e os meus amigos pensam.

Shaka sorri e diz:

—Fale isto a ele.

—Eu vou dizer — responde a jovem de cabelos azuis — acho que eu irei esperar Mu em sua casa. Até mais Shaka querido.

—Até mais Linna.

A sacerdotisa vai até Áries e se senta no sofá de Mu. Ela começa a se recordar da noite anterior: o cavaleiro de cabelos lilás e olhos angulados, com seu corpo perfeito suado sobre o dela. Seus cabelos caídos sobre seu corpo, como ele estava quente e a sua respiração elevada! Ela não havia esquecido nenhuma sensação que havia sentido. Quando ela se da conta, Mu estava parado na porta de sua sala e a encarava com o mesmo olhar calmo de sempre.

—Mu!! Você me assustou!

—Quer dizer que eu te assusto agora? — ele dizia calmamente enquanto se aproximava dela devagar.

—Eu estava distraída, por isso me assustei.

—Hum.

—Mu, eu gostaria de falar uma coisa pra você.

—Diga — o cavaleiro de ouro se senta ao lado de Linna.

—Eu conversei com meu irmão, como você sabe. Ele me disse que o curandeiro foi falar com ele hoje mais cedo...

—O que ele disse?

—Que eu havia dormido aqui com você — a sacerdotisa falava isso ao cavaleiro como se contasse algo de errado que ela havia feito.

—Eu não vou permitir que falem assim de você.

—Eu sei, mas ele conversou apenas com meu irmão e eu também não me importo com o que outros possam pensar.

—Não precisa ter medo, eu não farei nada a ele.

—Obrigada Mu, eu não gostaria que por minha causa você brigasse com alguém.

—Não se preocupe, eu só vou fazer o que você me pedir.

—Mesmo?

—Sim.

Linna então sorri, olha para outra direção e diz:

—Então eu quero que você durma em minha casa hoje.

—Como a senhorita desejar, sacerdotisa de Athena — o ariano responde sorrindo.

—Quer dar uma volta? — pergunta a jovem.

—Sim.

O cavaleiro de ouro se levanta e estende uma de suas mãos à sacerdotisa, que a aceita.

Os dois começam a andar por vários jardins, e assim que Linna percebe estarem em um lugar extremamente tranqüilo, ela diz algo no ouvido de Mu. Este então sorri e responde:

—Aqui?

A sacerdotisa balança a cabeça positivamente.

O amor é algo que vem como um disparo, rapidamente. Ele nos inunda e nos envolve até que pensemos apenas nisso. Ele nos completa.

Algum tempo depois a chuva começou a cair no santuário, Linna e Mu corriam dando risada para a casa de Áries.

—Hahaha... Mu, eu não agüento mais correr... — dizia a sacerdotisa enquanto diminuía o ritmo de seus passos para parar e se apoiar em seus joelhos.

—Eu posso te carregar.

—Imagina! Dessa vez eu estou bem, pode deixar que irei sozinha. Vamos! — dizendo isso a jovem saiu correndo novamente, o ariano a seguiu. Eles estavam próximos de Áries.

Já na primeira casa do zodíaco, Linna permanecia na entrada ofegante. Eles haviam corrido muito.

—Você está bem? — pergunta calmamente Mu de Áries.

—Sim... Huff Puff... Estou...! —respondeu Linna.

—Venha tomar um banho Linna, eu passo na sua casa e te trago uma roupa seca.

—Tem certeza?

—Sim. Tome um banho bem quente. Logo eu estarei de volta.

—Então está bem, leve a minha chave. Tem sacolas plásticas no armário da cozinha.

—Certo. Eu não demoro— e assim o cavaleiro de ouro sai correndo na chuva rumo à casa de Linna.

Ele chega na casa da sacerdotisa rapidamente, enquanto esta tomava banho em Áries. O ariano entra, pega uma roupa para ela e a coloca em uma sacola plástica encontrada na cozinha, sai, tranca a casa e volta correndo para Áries. O que o cavaleiro de ouro não sabia, é que havia sido observado, pelo curandeiro de sempre.

Já na primeira casa novamente e pelo lado de fora da porta do banheiro, Mu diz:

—Linna? Eu voltei com suas roupas. Tem toalha no armário.

—Eu já vou sair — dizendo isso, a sacerdotisa fecha a torneira, sai do banho e se enxuga. Ela ainda se enrola na toalha e abre a porta — sua vez Mu, eu vou me trocar no seu quarto — e sai em direção ao quarto do ariano com suas roupas.

O cavaleiro de ouro toma seu banho. Ele sente a água quente cair por suas costas enquanto relembrava os momentos que havia passado com Linna no jardim. Ele sorri.

Após o banho de Mu, este sai para se trocar. A sacerdotisa se encontrava devidamente vestida com seus longos cabelos azuis penteados e estava sentada no sofá do cavaleiro. Ela sustentava um delicioso sorriso em seu rosto. O ariano estava com os cabelos molhados ainda pingando, com uma toalha branca presa na cintura. Era diante desta cena maravilhosa que Linna sorria dessa forma.

—Linna, eu vou me trocar, não demoro.

—Sim, estarei a sua espera.

O cavaleiro de Áries se troca e sai do quarto com um pente em uma das mãos e a toalha molhada na outra. Ele então pendura sua toalha e se senta no sofá. O ariano começava a pentear seus cabelos. A sacerdotisa diz:

—Mu. Posso penteá-los para você?

—Se você quiser.

—Eu quero — dizendo isso Linna levanta-se e recebe o pente de Mu.

A jovem penteia mais uma vez os longos cabelos lilás do cavaleiro de Áries. Eram aproximadamente quatro da tarde.

Linna e Mu permaneceram conversando até que começasse a escurecer. O ariano então se oferece para fazer a janta e os dois jantam em Áries. Assim que o sol se põe, alguns cavaleiros retornam à suas devidas casas. O primeiro foi Miro. O cavaleiro de Escorpião cumprimenta os dois e assim que sai da casa de Áries da um sorrisinho maroto. Logo após foi Camus. Este cumprimenta calmamente os dois. Em seguida Afrodite.

—Que gracinha ver vocês dois juntos! —ele dizia assim que passava por Áries.

—Afrodite, como está? — pergunta a sacerdotisa de Athena.

—Estou ótimo, e você?

—Eu também.

—Isso eu posso ver. E você Mu, como está?

—Bem — responde o ariano.

—Bom, eu vou deixar vocês a sós. Até amanhã!

—Até.

Pouco tempo depois Linna e Mu saem da primeira casa rumo à casa da sacerdotisa. Eles chegam:

—Fique a vontade Mu — diz a sacerdotisa enquanto fechava a porta de sua casa — ainda bem que viemos de guarda-chuva, não é mesmo?

—Sim, parece que irá continuar a chover a noite toda.

Enquanto os dois conversavam, a chuva parecia piorar consideravelmente. Muitos trovões eram ouvidos fortemente.

—Nossa, a chuva está realmente forte hoje — dizia a sacerdotisa enquanto olhava a chuva pela janela.

—Sim, está — o ariano a abraça por trás e deixa um beijo em sua bochecha — estou aqui com você, nada irá lhe acontecer.

A sacerdotisa sorri, Mu a fazia sentir realmente uma mulher protegida e amparada, porém mesmo se fosse para ela passar todos os perigos do mundo ao lado do cavaleiro de Áries, ela ainda sim iria amar estar com ele. Mu era realmente encantador. O cavaleiro de ouro estende uma de suas mãos para a sacerdotisa que a aceita, ele a conduz para seu quarto. Mais um dia terminava no santuário de Athena. Muitos dias felizes ainda viriam em que Linna e Mu se conheceriam ainda melhor.

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:D

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