sexta-feira, 30 de maio de 2008

Escrevendo durante a noite

Estava eu aqui, escrevendo (finalmente) a minha fic (A proteção de uma Dama da Água ~ nome possivelmente provisório), quando me lembrei de uma música. Resolvi pegar a letra e postar aqui, rs.

Na verdade, é um hino, o hino da cidade de Araras.


Hino da cidade de Araras

Cidade Encantamento


Letra: Idiney Gonçalves de Oliveira
Música: Prof. Rubens Parada


Incrustada na Pátria altaneira
Como jóia de raro esplendor
Tu traduzes, Araras faceira
A bonança, o progresso, o valor...


As canções do trabalho pujante
Desde o tempo dos velhos barões
Te fizeram tão grande e vibrante
Que transbordam dos bons corações.


(Estribilho)
Ó Cidade Encantamento,
Jovem, bela, varonil
Ó Cidade Encantamento,
Esperança do Brasil.


Das primeiras tu foste na história
A romper os grilhões dos escravos
E te encheste de paz e de glória,
Orgulhosa de filhos tão bravos...


Sob o manto da Virgem Maria
O teu povo é ordeiro e cristão
Cada prece do teu dia a dia
É a mais doce sublime oração


Quando a árvore amiga plantaste
Numa festa jamais esquecida
A ternura que então revelaste
É por todos agora seguida.


Cana cana-de-açúcar de pé
Se traduz em riqueza nos lares
Mas plantaste também o café
E as laranjas dourando os pomares.


As indústrias, escolas, usinas,
Prenunciam radioso futuro
E o vigor dos teus jovens destinas
Ao timão do teu barco seguro.


Minha terra, feliz paraíso,
Neste ardente lampejo de afeto
O teu solo desejo por piso
E o teu céu sempre azul como teto...


Hehehe, claro que me lembro de cantar isso na escola... Tenho essa vaga lembrança...
rs

domingo, 25 de maio de 2008

Sacerdotisa - Capítulo doze (Final)

Como a vida de uma pessoa pode mudar em tão pouco tempo, em poucos dias se apaixonar e se entregar completamente a esta paixão, seria o destino?

Assim que o sol amanheceu, a sacerdotisa de Athena já pretendia levantar-se, porém, seus planos iriam ser rapidamente modificados. No instante em que Linna demonstrou qualquer reação que levantaria, Mu disse instantaneamente, parecia que estava acordado há algum tempo:

—Fique mais um pouco.

—Mu? Eu acho que eu deveria ir para minha casa agora.

—Se esta é minha casa, ela é também sua casa — responde calmamente o ariano.

—Está certo. Eu ficarei mais um pouco — diz a sacerdotisa envergonhada com tal afirmação.

—Assim está bem melhor.

Mu começa a acariciar os cabelos de Linna.

—Lembra-se de quando você me trouxe para sua casa quando eu estava doente?

—Lembro-me.

—Eu nunca imaginaria que eu dormiria... Nesta cama...

—Espero que tenha gostado de dormir aqui nesta cama, comigo.

—Foi a minha melhor noite de sono. Foi tudo tão maravilhoso Mu, eu só não esperava que acontecesse tão rapidamente.

—Você não se arrepende, arrepende?

—Nunca.

—Que bom.

Os dois permaneceram na cama conversando por mais algum tempo, até que Linna começasse a se trocar:

—Eu vou treinar agora, vamos almoçar depois juntos? — diz a garota.

—Sim, aonde pretende almoçar?

—No salão. Pode ser?

—Uma boa idéia.

Os dois já estavam vestidos. Linna e Mu se despediam, porém antes que a sacerdotisa pudesse sair uma voz fez-se ouvir:

— Mu!

—Linna, eu vou ver quem é — o ariano estava penteando seus cabelos.

Assim que o cavaleiro de ouro sai, ele vê que se trata da visita do curandeiro.

—Mu, eu fui até à casa da senhorita Linna e ela não estava. Você por acaso sabe onde ela está?

—Sei sim, ela está aqui comigo.

Era evidente o que se passou na cabeça do curandeiro de olhos arregalados e boca aberta. E ele estava certo.

—Mu! Como você sendo um cavaleiro de ouro dentre os mais respeitáveis faz isso com uma jovem sacerdotisa!

O cavaleiro de ouro estranhou a reação do curandeiro. Neste momento a sacerdotisa em questão aparece na porta:

—Eu estou aqui por livre espontânea vontade!

—Senhorita Linna! Como pode! A senhorita é a sacerdotisa de Athena! Deveria se dar ao respeito!

Antes que qualquer coisa pudesse ser percebida, Mu diz:

—É melhor que você saia agora, não vou tolerar que fale mal de Linna mais uma vez se quer.

O curandeiro sai, em direção à décima terceira casa, ele não ousaria desrespeitar um cavaleiro de ouro, também se ousasse...

Mu se vira para encarar sua amada, ele já sabia como a encontraria. Linna estava com os olhos fixos para o chão, ela nem piscava. O ariano começa uma conversa:

—Linna...

—Ele está certo Mu.

O cavaleiro apenas continuou a olhá-la. Ele esperou que ela continuasse.

—Realmente foi tudo muito rápido...

—Você se arrepende de algo?

—Não...

—Pois então! Você será minha única mulher e eu não vou te deixar nunca. Não há nada para se preocupar... — o ariano carinhosamente leva sua mão ao rosto de Linna. Ele mantinha em seu rosto o olhar mais compreensível do mundo.

Linna então sorri profundamente. Ela esquece completamente a cena do curandeiro, não que ela achasse que Mu a deixaria, porém ouvi-lo dizer tais palavras a fizeram se sentir realmente feliz.

—Mu, você é mesmo uma gracinha! — dizendo isso ela beija a bochecha do ariano que sorri espantado — Eu vou para minha casa agora, preciso treinar.

—Tem certeza que está bem?

—Estando ao seu lado, eu sempre estarei bem. Até mais! Eu volto antes do almoço para cá! —Linna sai correndo abanando um tchau para o cavaleiro, este sorri e vai para sua cozinha arrumar seu café da manhã. Ele diz sorrindo:

—Poderia ao menos ter tomado seu café.

A sacerdotisa corria, nem ela sabia por que estava correndo. Ela apenas sabia que estava muito feliz a ponto de gritar. A vontade que ela tinha era de acordar todo o santuário, ver seu amigo Shaka, ver seu irmão Camus, abraçar a todos! Como ela estava estonteantemente radiante! Assim que a jovem chega em sua casa, troca sua roupa para treinar. Sempre mantendo o mais belo sorriso que poderia ter posto em seu rosto. As magias que ela proferia estavam realmente muito poderosas, o amor do ariano fazia com que ela fosse a melhor sacerdotisa que Athena poderia ter, porém, ela nem havia reparado neste detalhe. Linna continuou a treinar até que chegasse a hora do almoço.

O cavaleiro de Áries havia treinado um pouco e depois se refrescado no lago habitual. Ele enquanto estava no lago, não deixava de lembrar da noite anterior. Sorte dele que seu discípulo estava fora, pois se ele o visse dessa forma, todo sorridente e pensativo, iria logo pensar no que poderia ter acontecido com seu mestre. O ariano retorna para sua casa e espera a chegada de Linna que não demoraria a chegar.

—Olá Mu!

—Olá, treinou?

—Sim. Depois eu tomei banho e vim logo para cá.

—Que bom. Só quero te dizer uma coisa.

—Que coisa? — Linna pergunta espantada. O ariano se aproxima e diz em seu ouvido:

—Da próxima vez que dormir aqui, tome pelo menos o café antes de fugir de mim.

A sacerdotisa sente seu rosto esquentar um pouco.

—Prometo que tomarei café da manhã.

O ariano sorri para ela.

—Vamos — ele diz.

—Sim, vamos.

O cavaleiro de Áries respeitosamente passa um de seus braços por trás da cintura da jovem sacerdotisa. Os dois permanecem conversando até chegarem ao salão. Linna trajava um vestido de cor verde e Mu trajava suas habituais roupas. Eles chegam ao salão. Lá já estavam alguns cavaleiros de ouro, inclusive Shaka e Camus.

—Shaka! Olá —Linna cumprimenta animadamente seu querido amigo virginiano.

—Olá Linna! — o cavaleiro de Virgem responde de olhos fechados.

—Olá Nisan!

—Olá — responde Camus à sua irmã. Ele mantinha em seu rosto um olhar um pouco preocupado — Após o almoço eu gostaria de conversar com você.

—Sim — a sacerdotisa responde um pouco espantada e o ariano havia reparado muito bem na atitude de Camus.

O almoço seguiu seu rumo, todos se alimentaram e ficaram satisfeitos. Os pratos foram retirados. O cavaleiro de Aquário se levanta e diz para Linna:

—Vamos para sua casa.

—Sim — ela responde olhando para baixo. A sacerdotisa sabia que Mu compreenderia. Ela sai com seu irmão.

Os dois irmãos andavam calados e só interrompem este silêncio quando estavam dentro da casa da sacerdotisa.

—O que gostaria de me falar irmão?

—Hoje mais cedo eu recebi a visita de um curandeiro de Athena.

Linna arregala seus olhos, ela já sabia o que estaria por vir. Camus continua.

—Eu preferi falar a sós com você para você decidir o que fará ao saber disto. Eu realmente confio em você, sei que você sabe o que é certo, e o que não é. Sei também que você encontrou o homem da sua vida. Apenas tome cuidado com o que irá contar ao Mu, ele pode não ser tão compreensivo como eu fui.

—O que o curandeiro lhe disse?

—Que você havia dormido em Áries.

—Nisan...

—Linna, não se preocupe em dizer nada a mim. Você é adulta e sabe bem o que faz. Conte comigo também se precisar conversar. Ou com Shaka, sei que você se sente mais à vontade para conversar com ele. Eu vou para minha casa agora. Cuidado com o que dirá ao Mu.

—Eu sei disso— diz Linna — Mas não posso mentir a ele — Camus caminhava até a porta — Até mais nisan.

—Até.

Assim que seu irmão sai, a sacerdotisa sai também rumo às doze casas. Ela encontra Áries vazia. Rapidamente toma o caminho para a sexta casa.

—Olá Linna.

—Olá Shaka.

—Como pode...

—O que?

—Você ter mudado tanto em pouco tempo. No almoço você estava tão feliz.

—Eu estou feliz.

—Então o que está fazendo você ficar preocupada?

—Acho que você tem razão amigo, nada. Eu estou me preocupando, como sempre, com coisas que não tem importância alguma! — ela sorri novamente.

—É assim que gosto de ouvir você falar sacerdotisa de Athena.

Linna sorri e encara o chão timidamente. Ela possuía o rosto avermelhado. Shaka estava com seus olhos fechados, porém ele sabia que sua amiga estava envergonhada por algum motivo. A sacerdotisa permaneceu calada, o virginiano então diz:

—Tem algo que você gostaria de me contar?

—Tem — responde a jovem ainda um pouco envergonhada.

—Estou aqui para lhe ouvir.

A sacerdotisa permaneceu muda. Shaka resolve ajudá-la.

—É sobre o Mu novamente, certo?

—Sim...

—Você gostaria de me contar que vocês se entregaram um ao outro?

Linna estava realmente vermelha agora. Ela diz espantada:

—O que? Como soube?

—Linna, mesmo eu mantendo meus olhos fechados consigo reparar na sua felicidade. E julgando o fato de você estar envergonhada por tanto tempo na minha frente, só poderia ser isso — o cavaleiro de Virgem age com total naturalidade. Será que apenas Linna se envergonhava com essas coisas?

—Bem, é por isso que eu estou um pouco preocupada. O curandeiro me encontrou em Áries hoje de manhã e foi contar ao meu irmão.

—Camus por acaso ficou bravo?

—Não. O problema é que Mu não gostou do jeito que o curandeiro falou comigo hoje cedo. E agora este ainda começou a tomar suas próprias ações. E eu realmente espero que não pensem mal de mim. Não seria bom para a sacerdotisa de Athena.

—Ora Linna, sempre terão pessoas que não se contentam com a felicidade de outras. Você não deve se preocupar com isso.

—É, não vou mesmo me preocupar. Apenas importa o que Athena, Mu, meu irmão, você e os meus amigos pensam.

Shaka sorri e diz:

—Fale isto a ele.

—Eu vou dizer — responde a jovem de cabelos azuis — acho que eu irei esperar Mu em sua casa. Até mais Shaka querido.

—Até mais Linna.

A sacerdotisa vai até Áries e se senta no sofá de Mu. Ela começa a se recordar da noite anterior: o cavaleiro de cabelos lilás e olhos angulados, com seu corpo perfeito suado sobre o dela. Seus cabelos caídos sobre seu corpo, como ele estava quente e a sua respiração elevada! Ela não havia esquecido nenhuma sensação que havia sentido. Quando ela se da conta, Mu estava parado na porta de sua sala e a encarava com o mesmo olhar calmo de sempre.

—Mu!! Você me assustou!

—Quer dizer que eu te assusto agora? — ele dizia calmamente enquanto se aproximava dela devagar.

—Eu estava distraída, por isso me assustei.

—Hum.

—Mu, eu gostaria de falar uma coisa pra você.

—Diga — o cavaleiro de ouro se senta ao lado de Linna.

—Eu conversei com meu irmão, como você sabe. Ele me disse que o curandeiro foi falar com ele hoje mais cedo...

—O que ele disse?

—Que eu havia dormido aqui com você — a sacerdotisa falava isso ao cavaleiro como se contasse algo de errado que ela havia feito.

—Eu não vou permitir que falem assim de você.

—Eu sei, mas ele conversou apenas com meu irmão e eu também não me importo com o que outros possam pensar.

—Não precisa ter medo, eu não farei nada a ele.

—Obrigada Mu, eu não gostaria que por minha causa você brigasse com alguém.

—Não se preocupe, eu só vou fazer o que você me pedir.

—Mesmo?

—Sim.

Linna então sorri, olha para outra direção e diz:

—Então eu quero que você durma em minha casa hoje.

—Como a senhorita desejar, sacerdotisa de Athena — o ariano responde sorrindo.

—Quer dar uma volta? — pergunta a jovem.

—Sim.

O cavaleiro de ouro se levanta e estende uma de suas mãos à sacerdotisa, que a aceita.

Os dois começam a andar por vários jardins, e assim que Linna percebe estarem em um lugar extremamente tranqüilo, ela diz algo no ouvido de Mu. Este então sorri e responde:

—Aqui?

A sacerdotisa balança a cabeça positivamente.

O amor é algo que vem como um disparo, rapidamente. Ele nos inunda e nos envolve até que pensemos apenas nisso. Ele nos completa.

Algum tempo depois a chuva começou a cair no santuário, Linna e Mu corriam dando risada para a casa de Áries.

—Hahaha... Mu, eu não agüento mais correr... — dizia a sacerdotisa enquanto diminuía o ritmo de seus passos para parar e se apoiar em seus joelhos.

—Eu posso te carregar.

—Imagina! Dessa vez eu estou bem, pode deixar que irei sozinha. Vamos! — dizendo isso a jovem saiu correndo novamente, o ariano a seguiu. Eles estavam próximos de Áries.

Já na primeira casa do zodíaco, Linna permanecia na entrada ofegante. Eles haviam corrido muito.

—Você está bem? — pergunta calmamente Mu de Áries.

—Sim... Huff Puff... Estou...! —respondeu Linna.

—Venha tomar um banho Linna, eu passo na sua casa e te trago uma roupa seca.

—Tem certeza?

—Sim. Tome um banho bem quente. Logo eu estarei de volta.

—Então está bem, leve a minha chave. Tem sacolas plásticas no armário da cozinha.

—Certo. Eu não demoro— e assim o cavaleiro de ouro sai correndo na chuva rumo à casa de Linna.

Ele chega na casa da sacerdotisa rapidamente, enquanto esta tomava banho em Áries. O ariano entra, pega uma roupa para ela e a coloca em uma sacola plástica encontrada na cozinha, sai, tranca a casa e volta correndo para Áries. O que o cavaleiro de ouro não sabia, é que havia sido observado, pelo curandeiro de sempre.

Já na primeira casa novamente e pelo lado de fora da porta do banheiro, Mu diz:

—Linna? Eu voltei com suas roupas. Tem toalha no armário.

—Eu já vou sair — dizendo isso, a sacerdotisa fecha a torneira, sai do banho e se enxuga. Ela ainda se enrola na toalha e abre a porta — sua vez Mu, eu vou me trocar no seu quarto — e sai em direção ao quarto do ariano com suas roupas.

O cavaleiro de ouro toma seu banho. Ele sente a água quente cair por suas costas enquanto relembrava os momentos que havia passado com Linna no jardim. Ele sorri.

Após o banho de Mu, este sai para se trocar. A sacerdotisa se encontrava devidamente vestida com seus longos cabelos azuis penteados e estava sentada no sofá do cavaleiro. Ela sustentava um delicioso sorriso em seu rosto. O ariano estava com os cabelos molhados ainda pingando, com uma toalha branca presa na cintura. Era diante desta cena maravilhosa que Linna sorria dessa forma.

—Linna, eu vou me trocar, não demoro.

—Sim, estarei a sua espera.

O cavaleiro de Áries se troca e sai do quarto com um pente em uma das mãos e a toalha molhada na outra. Ele então pendura sua toalha e se senta no sofá. O ariano começava a pentear seus cabelos. A sacerdotisa diz:

—Mu. Posso penteá-los para você?

—Se você quiser.

—Eu quero — dizendo isso Linna levanta-se e recebe o pente de Mu.

A jovem penteia mais uma vez os longos cabelos lilás do cavaleiro de Áries. Eram aproximadamente quatro da tarde.

Linna e Mu permaneceram conversando até que começasse a escurecer. O ariano então se oferece para fazer a janta e os dois jantam em Áries. Assim que o sol se põe, alguns cavaleiros retornam à suas devidas casas. O primeiro foi Miro. O cavaleiro de Escorpião cumprimenta os dois e assim que sai da casa de Áries da um sorrisinho maroto. Logo após foi Camus. Este cumprimenta calmamente os dois. Em seguida Afrodite.

—Que gracinha ver vocês dois juntos! —ele dizia assim que passava por Áries.

—Afrodite, como está? — pergunta a sacerdotisa de Athena.

—Estou ótimo, e você?

—Eu também.

—Isso eu posso ver. E você Mu, como está?

—Bem — responde o ariano.

—Bom, eu vou deixar vocês a sós. Até amanhã!

—Até.

Pouco tempo depois Linna e Mu saem da primeira casa rumo à casa da sacerdotisa. Eles chegam:

—Fique a vontade Mu — diz a sacerdotisa enquanto fechava a porta de sua casa — ainda bem que viemos de guarda-chuva, não é mesmo?

—Sim, parece que irá continuar a chover a noite toda.

Enquanto os dois conversavam, a chuva parecia piorar consideravelmente. Muitos trovões eram ouvidos fortemente.

—Nossa, a chuva está realmente forte hoje — dizia a sacerdotisa enquanto olhava a chuva pela janela.

—Sim, está — o ariano a abraça por trás e deixa um beijo em sua bochecha — estou aqui com você, nada irá lhe acontecer.

A sacerdotisa sorri, Mu a fazia sentir realmente uma mulher protegida e amparada, porém mesmo se fosse para ela passar todos os perigos do mundo ao lado do cavaleiro de Áries, ela ainda sim iria amar estar com ele. Mu era realmente encantador. O cavaleiro de ouro estende uma de suas mãos para a sacerdotisa que a aceita, ele a conduz para seu quarto. Mais um dia terminava no santuário de Athena. Muitos dias felizes ainda viriam em que Linna e Mu se conheceriam ainda melhor.

ºººº

:D

Sacerdotisa - Capítulo onze

Assim que amanhece um novo dia, Linna, como sempre, levanta-se para treinar. Ela profere diversas magias defensivas. Após o treino, ela termina de organizar o seu jardim e alguns vasos são feitos para ficarem dentro de casa. Mu terminava de passar complexos exercícios ao seu pupilo, Aioria e Marin acabavam de coordenar treinos, alguns cavaleiros já partiam para o salão do almoço, alguns descansavam e alguns treinavam. A sacerdotisa de Athena toma banho e se arruma para almoçar. Ela veste uma saia verde rendada de comprimento abaixo do joelho, uma blusinha marrom de mangas e uma sandália que possuía um salto bem baixo. Assim que sai de casa, Linna ouve que está sendo chamada:

—Senhorita Linna!

Era o curandeiro.

—Olá. Athena precisa de mim?

—Não, eu vim apenas lhe comunicar que Athena irá viajar hoje. Assim sendo, teremos um jantar especial de despedida no salão principal. Isso será próximo às dezoito horas.

—Muito obrigada pelo recado, estarei lá.

O curandeiro faz uma reverência para a jovem e sai em busca de mais pessoas para transmitir o recado. A jovem parte em direção ao salão. Ela chega junto com Mu e Kiki.

—Irmãzinha!

—Kiki, Athena fará um jantar de despedida hoje, eu não faltarei!

—Ah é? Eu não fiquei sabendo... — assim que o garoto diz não saber coçando a cabeça, entra um esbaforido curandeiro no salão e começa a avisar os presentes:

—Hoje aqui no salão às dezoito horas, faremos um jantar de despedida para Athena. Todos estão convidados.

Mu se aproxima da jovem por trás e dá-lhe um beijo na bochecha coberta por cabelos azuis da sacerdotisa. Ele segurando em sua cintura permanece a abraçando por trás:

—Dormiu bem? — o ariano pergunta à sacerdotisa. Neste momento o curandeiro pára de transmitir qualquer recado e arregala os maiores olhos que ele poderia arregalar. Ele encara a sacerdotisa sendo abraçada por Mu de Áries, um cavaleiro de ouro!

—Sim Mu. Dormi muito bem! — a sacerdotisa possuía um grande sorriso no rosto. Ela havia virado o pescoço para poder enxergar seu cavaleiro. O curandeiro não havia deixado de encarar os dois, porém Linna nem havia reparado nisso.

Linna, Mu e Kiki se sentam, o curandeiro ainda estava de olhos arregalados. Alguns cavaleiros chegam e já ficam sabendo da notícia. O almoço se iniciava. O curandeiro volta para a décima terceira casa, indignado. Assim que este chega, vai falar com Athena:

—Athena! A profecia se concretizou!

—Acalme-se! — diz a deusa — Do que você está falando?

—A sacerdotisa e o cavaleiro Mu de Áries! Eu os vi juntos hoje no salão!

—Eles apenas se apaixonaram, nada é comprovado que a culpa seja da profecia.

—Eu sempre achei isso tudo muito perigoso, a senhorita Linna deveria não ter encontrado nenhum cavaleiro de ouro!

—O que poderíamos fazer? Era o destino dos dois.

O curandeiro não estava nada convencido, ele ainda achava que a sacerdotisa deveria se afastar de Mu de Áries.

—Avisou a todos? — pergunta Athena.

—Sim, todos que eu encontrei.

—Não se esqueça de avisar a todos os meus cavaleiros após o almoço.

—Sim — ainda indignado.

Enquanto isso, o almoço no salão se seguia.

—Athena é mesmo muito responsável! Mesmo cuidando do santuário ela ainda cuida dos negócios de seu avô! — comentavam a mesa.

—É mesmo... Será que ela demora a voltar?

—Bom, da última vez ela ficou fora dois meses...

A conversa continuava e o almoço ia chegando ao fim. Linna se levanta. Os cavaleiros respeitosamente fazem o mesmo para ela. A sacerdotisa deixa um beijo na bochecha de seu amado e parte para sua casa, não antes de se despedir de todos.

—Até mais tarde irmãzinha!

—Até mais Kiki.

—Nos vemos a noite Linna! — diz o cavaleiro de Virgem.

—Sim, nos vemos a noite Shaka querido!

—Até a noite irmã.

—Até nisan!

—Linna, peça para o Mu te buscar, não o deixe ficar preguiçoso — diz Afrodite.

A sacerdotisa responde:

—Eu gosto de trilhar o meu próprio caminho de vez em quando Afrodite. Mas se eu precisar, tenho certeza de que Mu virá me buscar! Até mais!

—Até mais! — o pisciniano então vira para Mu que começava a se levantar — Viu como você é sortudo? Ela é uma garota linda, simpática e ainda nem pega no seu pé! — O ariano apenas sorri e Kiki se levanta saltitante se despedindo de todos. O dia estava apenas começando. Eram aproximadamente doze horas e meia.

A sacerdotisa assim que chega em sua casa se deita para descansar um pouco, ela planejava antes das duas horas começar a treinar até dar a hora de começar a se arrumar para o jantar. Aproximadamente uma e meia da tarde Linna escuta chamarem o seu nome:

—Senhorita Linna!

Ela vai atender a porta. Era a costureira.

—Boa tarde senhora.

—Boa tarde senhorita! Eu fiquei sabendo hoje de manhã que a noite teria o jantar de despedida à Athena. Eu me apressei para finalizar um vestido que eu havia começado a fazer para você.

—Nossa! Não precisava se preocupar com isso... — responde a jovem.

—Você sabe que eu lhe faço roupas com o maior gosto. A minha paixão nesta vida é costurar!

Já na sala da sacerdotisa, a costureira retira de sua sacola um vestido. Ele era de cor amarela. Na parte de cima ele era bem justo, porém após a cintura ele ficava bastante rodado. Era um vestido muito elegante.

—Muito obrigada! — diz Linna sem saber muito que dizer.

—Eu estarei lá hoje no jantar. Dessa forma eu verei como o vestido ficou em você. Se você me der licença agora, eu tenho que fazer mais algumas roupas — a costureira se prepara para sair — Ah! Quase ia me esquecendo. Aqui estão duas sandálias para você usar com o vestido. Até mais sacerdotisa!

—Até mais, muito obrigada novamente.

A costureira parte para fazer seus afazeres até a festa. A jovem guarda seu vestido e se troca para treinar.

Mu treina seu discípulo. O cavaleiro passa todos os tipos de exercícios que já passou até hoje, deixando Kiki realmente exausto, Saga e Kanon terminam de organizar a partida de Athena, Afrodite descansa em peixes, DeathMask treina em câncer, alguns cavaleiros treinam e alguns coordenam treinamentos. A tarde segue normalmente.

Próximo a quatro e meia da tarde, Linna já havia treinado todas as magias ofensivas que sabia. A garota resolve ir tomar banho para se vestir e chegar um pouco mais cedo no salão. Ela o faz. Mu finaliza o treinamento de Kiki um pouco mais cedo, para que esse descanse e tenha tempo de se arrumar. Quase todos os pratos que teriam no jantar estavam prontos. Alguns cavaleiros já se dirigiam para o salão em questão. A sacerdotisa é uma das primeiras a chegar. Ela surge magnífica com seu vestido amarelo e os cabelos presos em um coque alto. Como sempre, ela se oferece para ajudar qualquer um que estivesse fazendo algum tipo de tarefa, porém ninguém deixa que ela ajude, também obviamente.

Pouco tempo depois, surge Camus, Shura, Miro, Shaka e Afrodite.

—Olá sacerdotisa — diz o escorpião.

—Olá Miro! —responde a sacerdotisa.

—Você está linda Linna! — Miro comenta.

—Realmente está! —concorda Shura.

Linna sorri timidamente e diz:

—Vocês estão sendo bondosos... — neste momento Afrodite diz:

—Cuidado com o que vocês dizem! Temos aqui presente o cavaleiro de coração gelado e também irmão da sacerdotisa em questão!

Camus finge não prestar atenção no diálogo e cumprimenta sua irmã:

—Olá minha bela irmã.

—Camus! Somos gêmeos seu espertinho! — diz Linna sorrindo.

O virginiano se aproxima de Linna e diz:

—Linna, você está mesmo muito bonita.

—Ah, — começa a sacerdotisa — elogios seus eu não aceito. Viram? Até um homem de olhos fechados pode me elogiar — Shaka sorri e diz:

—Se você preferir eu posso abrir meu olhos para lhe ver, mas eu sinto exatamente a sua presença.

Afrodite pondera:

—Não Shaka, melhor você não fazer isso! É um pouco arriscado — o pisciniano estava segurando seu queixo e fazendo cara de pensativo. Linna ri.

Logo chegam Aioria acompanhado por Marin, Death Mask e Aldebaram.

—Olá! — Linna diz assim que vê a presença de mais quatro conhecidos seus.

—Boa tarde sacerdotisa — diz Aioria.

—Boa tarde — responde Linna.

A jovem ainda cumprimenta todos que haviam chegado e todos que estavam chegando. Pouco tempo depois chega Mu acompanhado por Kiki. O garoto estava feliz e carregava uma mala.

—Linna-irmazinha! — Kiki diz assim que vê a sacerdotisa no meio do salão — Você veio mesmo!

—Mas é claro que eu vim! Você achou que eu deixaria você partir sem se despedir de mim? —Responde a jovem sorrindo para o garoto.

—Olá Linna — cumprimenta o cavaleiro recém chegado.

—Olá Mu! — dizendo isso, Linna abraça seu cavaleiro de ouro. Este diz:

—Você está linda!

—Obrigada —responde a sacerdotisa com um sorriso encabulado.

Neste momento chega Athena, acompanhada por Saga e Kanon. Os dois carregavam duas malas. Todos a reverenciam assim que ela chega. Os presentes começam a se sentar assim que esta o faz. Linna senta-se próxima de Mu, Kiki, Shaka e Camus. O jantar tem seu início. Todos comem conversando animadamente.

—Athena, eu lhe desejo uma boa viagem e uma ótima estadia no Japão— diz Aioria.

—Obrigada.

—Você deseja me deixar um encargo para esses dias Athena? —pergunta a sacerdotisa da deusa.

—Não Linna, não se preocupe com isso.

—Athena, fique tranqüila que manteremos o santuário da mesma forma até o seu retorno — diz Miro.

—Eu sei Miro, eu confio em vocês! — responde a deusa.

—Faça uma boa viagem! — deseja Shaka.

—Obrigada — agradece Athena.

Logo todos os presentes haviam desejado boa viajem à deusa e a Kiki. Todos se despedem.

—Divirta-se Kiki! — diz Linna

—Pode deixar irmãzinha! — responde o garoto segurando sua mala andando junto de Athena.

Eles entram no jato particular de Athena e partem para o Japão. O salão se esvazia completamente e o dia termina com todos indo dormir em suas devidas casas.

No dia seguinte, Linna mais uma vez levanta-se para treinar. Um pouco antes do almoço ela vai para a casa de Áries e encontra Mu terminando de concertar uma armadura:

—Mu, que perfeição o seu trabalho! Cada dia você me surpreende mais!

—Que é isso Linna, eu não faço nada de mais. À tarde ainda concertarei mais três armaduras.

Neste momento Shaka, Camus e Aldebaram entravam na casa de Áries. Todos partem juntos para almoçar. Após o almoço, em que Linna passou boa parte do tempo conversando juntamente com Camus e Shaka, esta treina um pouco e arruma sua casa. Assim que começa a escurecer resolve ir tomar um banho para visitar Mu de Áries. A sacerdotisa escolhe para ir um vestido de cor azul claro de tecido fino. Mais de uma hora depois de escurecer, ela tranca sua casa e parte para Áries. Quando a jovem chega, ela entra devagar, para tentar não atrapalhar o cavaleiro de ouro se esse não tivesse terminado de concertar as armaduras.

—Olá Linna — Mu a surpreende aparecendo de repente de sua sala. Pelo visto ele havia terminado com todas as armaduras já fazia um tempo.

—Mu... Atrapalho você? — pergunta Linna.

—De forma alguma — responde o cavaleiro de Áries. Este se aproxima da jovem e a beija devagar apaixonadamente— venha, sente-se.

Os dois se sentam no sofá maior que Mu possuía em sua sala e começam a conversar.

—Como foi o seu dia meu amor? — pergunta o cavaleiro de ouro.

—Foi muito bom e me rendeu muito. Eu treinei e organizei toda minha casa!

—Que bom. O meu dia também me foi útil. Mas é agora que eu estou gostando mais ainda dele — A sacerdotisa sorri.

Linna e Mu permanecem conversando por mais algumas horas. Quando é aproximadamente dez e meia da noite, a sacerdotisa se despede e parte para sua casa. O ariano se deita em sua cama se cobrindo com um lençol branco até a cintura. Mas um dia terminava no santuário.

Ou não?

Antes que Linna chegue em seu destino, esta percebe que havia esquecido sua chave na primeira casa. Ela volta para buscá-la, ela lembra que havia esquecido-a no sofá de Mu. Assim que chega, a sacerdotisa vai devagar falar com o cavaleiro, se este estivesse ainda acordado. Ela pára na porta do quarto do ariano, este mantinha uma de suas mãos apoiando sua nuca. De repente o cavaleiro de ouro em questão diz:

—Linna! É você? Achei que eu já tivesse começado a sonhar.

—Não — ela responde rindo — sou eu, eu vim apenas buscar minha chave que eu esqueci aqui. Não poderei entrar em casa sem ela. Até amanhã Mu!

O ariano rapidamente se levanta e diz se aproximando da jovem:

—Eu te acompanho até a saída.

—Não, imagina. Você já havia se deitado — diz Linna pondo a palma de sua mão contra o peito de Mu, o segurando para fazê-lo parar e ficar.

O ariano sobe uma de suas mãos e segura o pulso da mão que Linna mantinha em seu peito. Ele se aproxima devagar e a beija.

Os dois permanecem sentindo o gosto um do outro até mesmo quando Mu começa a conduzir a jovem até a parede. Sem parar de se beijarem e ainda encostados na parede, o cavaleiro fecha a porta de seu quarto devagar. O coração dos dois começava a disparar. Mu a conduz para sua cama e a deita, neste momento ele pára de beijá-la apenas para observar o rosto da sacerdotisa antes de dirigir seus beijos agora para o pescoço e o colo da jovem que sentia todos os próprios fios de cabelos se arrepiarem. Linna começa a tirar a blusa de seu cavaleiro, este se senta para terminar de tirá-la. A cama era encostada na parede, Linna então aproveita para encostar o ariano nesta, e começa a beijar umidamente a sua barriga, Mu havia começado a arfar de prazer. A jovem pára e observa o rosto de seu amado, este ainda mantinha o rosto de puro prazer e olhava agora para ela com aquele olhar calmo que seus olhos angulados eram capazes de produzir. A sacerdotisa neste momento senta-se de costas para ele com as costas retas, traz seu cabelo para frente de seu corpo e mostra o zíper de seu vestido. Devagar, o cavaleiro de Áries começa a descer o zíper até a cintura da sacerdotisa beijando suas costas demoradamente, até resolver parar e ir para frente de Linna. O cavaleiro abaixa a frente de seu vestido ao mesmo tempo em que a deita em sua cama novamente beijando seus lábios úmidos. A sacerdotisa começa a tentar tirar as calças de Mu, este as retira e Linna devagar termina de tirar seu vestido. O ariano a observava, agora os dois estavam sem roupa alguma. Ela se deita, porém mantinha uma de suas pernas flexionada com o joelho para cima. O cavaleiro mantendo um de seus cotovelos apoiado na cama, começa a beijar a boca de sua amada lentamente. Esta por sua vez começa a abaixar sua perna. Mu sobe vagarosamente sobre ela ainda a beijando, ele segura sua cintura firmemente e amorosamente para começar a penetrá-la. Linna começa sentir dor, ela havia parado de corresponder aos beijos do ariano e estava com seus olhos fechados e apertados, a jovem ainda leva uma de suas mãos até sua boca para abafar um grito. Mu percebe isso e leva uma de suas mãos para enlaçar a mão livre da sacerdotisa e a outra mão para levemente acariciar seus cabelos diminuindo ainda mais a velocidade com que entrava. Assim que o cavaleiro se encontra inteiramente dentro da jovem, ele começa a se movimentar pausadamente, para dentro, para fora, para dentro, para fora. A jovem aperta a mão do cavaleiro com mais força, Mu não deixava de reparar em cada atitude de Linna, ele segura então mais fortemente a sua mão. Os dois sentem o sangue quente de Linna esvair por entre as pernas e umedecer o colchão. Pouco tempo depois, a sacerdotisa pára de apertar a mão do cavaleiro e a dor que sentia deu lugar a um imenso prazer. Ela então passa a mão que segurava sua boca para as costas do ariano, fazendo pressão para que ele se aproximasse ainda mais. O cavaleiro entende e aumenta o ritmo de seus movimentos. Logo os dois estavam suando muito e se mantinham realmente ofegantes. O ariano não deixava de reparar na jovem e esta nele. A mão livre do cavaleiro, ele passa por baixo da cintura de Linna a puxando bem mais para perto de si. A sacerdotisa puxa também o ariano para ficar mais próximo. Linna gemia de prazer fazendo com que Áries se excitasse ainda mais a casa gemido proferido por ela. Mu aumenta ainda mais o ritmo novamente até perceber que não mais poderia resistir. Ele percebe que o mesmo acontecia com a sacerdotisa e os dois chegam ao clímax ao mesmo tempo, os corpos dos dois se tornam inteiramente um do outro. Os dois permanecem abraçados, Mu acariciava demoradamente os cabelos da sacerdotisa até que esta se rende ao sono, ele a cobre com o lençol. O cavaleiro apesar de cansado ainda consegue resistir por bastante tempo afagando os cabelos de Linna, admirando sua beleza, até acabar adormecendo.

No meio da noite, a sacerdotisa desperta. Ela percebe que seu cavaleiro estava descoberto e o cobre, fazendo com que Mu acordasse. Este lhe pergunta:

—Como você está? Sente dor?

—Não, você foi muito carinhoso comigo.

O cavaleiro sorri e diz:

—Eu te amo minha sacerdotisa.

—Eu também lhe amo meu cavaleiro dourado.

Os dois sorriem e adormecem na casa de Áries.

Sacerdotisa - Capítulo dez

Assim que o dia amanhece Mu e Kiki se levantam e preparam o café da manhã. Linna também desperta e arruma a cama do ariano. Ela sai do quarto e encontra Kiki:

—Bom dia Linna-irmazinha! Dormiu bem?

Ele agiu com tanta naturalidade, que fez com que a jovem perdesse um pouco da vergonha que estava sentindo por ter dormido novamente, dessa vez sem motivos de doença, na casa de Áries.

—Olá Kiki, bom dia! Eu dormi bem sim, e você?

—Eu também. Linna venha tomar o café da manhã, eu vou ao banheiro — dizendo isso, Kiki caminha em direção ao banheiro e Linna vai até a cozinha. Ela encontra Mu terminando de arrumar a mesa. Sobre esta tinha pão, queijo, manteiga, suco de laranja, três copos, três canecas, três pratos e mais alguns talheres.

—Oi — diz a sacerdotisa para Mu.

—Bom dia Linna.

—Bom dia.

—Espero que tenha dormido bem.

—Eu dormi sim, muito bem...

—Sente-se — dizendo isso o cavalheiro Mu de Áries puxa-lhe uma cadeira para que a jovem se sente.

—Obrigada! — ela agradece sentando-se. O cavaleiro senta-se ao lado dela. Os dois começam a tomar o café da manhã. Kiki chega, se senta e faz o mesmo.

—Linna-irmãzinha! O que você acha de hoje à tarde irmos nós três para o lago? Em breve eu viajarei para o Japão e aquele dia nem deu tempo da gente se divertir.

—Por mim é uma ótima idéia! O que acha Mu?

—Por mim também — responde o cavaleiro dourado.

—Então, próximo de duas horas a gente se encontra no lago — diz a jovem para os arianos.

—Sim! — responde um animado Kiki.

Os três terminam de tomar café.

—Deixa-me ajudar vocês — diz a sacerdotisa de Athena.

—Não se preocupe com isso Linna, nós arrumaremos — Mu já começava a retirar os pratos sozinho.

—Está bem. Então eu me despeço de vocês, vou subir as escadarias até a sexta casa.

—Até mais no lago irmãzinha!

—Até —responde a jovem.

—Até mais tarde meu amor, tenha uma ótima manhã — diz Mu beijando lhe a testa.

—Até mais tarde Mu — diz Linna para seu cavaleiro de ouro querido. Ela sai. Os arianos terminam de arrumar a cozinha e saem também, porém na direção oposta.

Linna atravessa três casas silenciosas, apenas a casa de Leão tinha seu guardião acordado, que já estava devidamente vestido e se preparava pra sair para o campo de treinamento.

—Bom dia sacerdotisa — o diz assim que Linna entra em sua casa.

—Bom dia Aioria.

—Está precisando de algo?

—Não, não se preocupe, apenas estou indo visitar Shaka.

—Então tenha um bom dia — dizendo isso e fazendo uma reverência com sua cabeça, ele parte por um lado de sua casa. A garota faz o mesmo pelo lado oposto. E chega então à casa de virgem.

Shaka já havia começado a meditar. Linna nunca interrompia seu amigo enquanto ele estava o fazia. Ela entra devagar e senta-se próximo a entrada para esperá-lo acabar a meditação.

Quase uma hora depois, Shaka diz ainda de olhos fechados:

—Pode entrar.

A sacerdotisa entra

—Olá Shaka, te atrapalhei?

—De forma alguma — sorri para ela — sente-se.

A jovem se senta próximo a ele.

—Acordou mais cedo hoje? — ele diz.

—Não, é que eu estava perto daqui.

Shaka nada diz, ele espera que Linna continue o que tinha para dizer.

—Eu fui visitar o Mu ontem à noite, eu passei o dia treinando e estava muito cansada. Acabei adormecendo em Áries. Que vergonha que eu senti.

—Não precisa ter vergonha, você apenas dormiu na casa do seu companheiro — ele sorri para ela. Esta lhe retribui o sorriso de uma forma tímida.

Os dois conversam até mais ou menos dez horas.

—Eu acho que já vou indo — diz a jovem.

—Não vai esperar a hora do almoço para irmos juntos?

—Eu acho que vou treinar um pouco, ainda não fiz isso hoje. E à tarde, iremos eu, Mu e Kiki para o lago se refrescar.

—Que bom. Espero que dessa vez você fique mais tempo.

—Até daqui a pouco no salão!

—Até! — responde o virginiano.

Linna então parte para sua casa e se veste para treinar. Ela o faz. Assim que acaba seu treinamento, ela observa as plantas que tinha em seu jardim para dizer:

—Hoje após o almoço eu arrumarei vocês — e sorri.

A sacerdotisa toma um banho rápido e parte em direção ao salão. Kiki já havia terminado seu treinamento, se lavado no lago e partia com Mu para almoçar. Afrodite, Camus, Miro e Shaka também iam ao salão. O cavaleiro de Áries chega com seu pupilo e se sentam. Minutos depois todos os outros cavaleiros que estavam indo, chegam também e se sentam. Mais alguns minutos depois, e Linna também aparece para almoçar. Ela cumprimenta a todos e assim que cumprimenta Afrodite, este diz:

—Linna, venha jantar hoje em minha casa. Farei pratos de dar água na boca!

—Combinado! Que horas eu posso ir?

—Apareça às sete horas!

—Estarei lá!

A sacerdotisa então vai até Mu que se levanta:

—Olá Mu.

Ele pega uma das mãos da jovem, da um beijo sobre as costas desta e oferece uma cadeira para ela. Todos que estavam em volta da mesa começavam a se acostumar milagrosamente com este tipo de cena, mas não deixavam de reparar em todos os detalhes.

—Olá irmãzinha! Pronta para se refrescar?

—Sim Kiki! Não vejo a hora! — responde a sacerdotisa sorridente.

Os pratos são entregues e o almoço começa. Todos conversam animadamente até o fim da comida em seus pratos. Assim que Linna termina de comer, ela se despede de todos e parte para o seu jardim. Todos terminam um a um a comida e partem para seus afazeres. Afrodite antes de sair não deixa de dizer ao cavaleiro de Áries:

—Mu, você é uma pessoa de sorte por ter conquistado a Linna! Parece que essas duas manchinhas que você tem são mesmo tentadoras para as mulheres...

Miro começa a rir e Shaka ouvia tudo com um sorriso no rosto. Camus estava sério, mas achava a cena cômica.

—É Mu! Apesar da minha fama, você é o verdadeiro conquistador entre os cavaleiros de ouro! — dizia o escorpião ainda rindo.

O ariano olha então para eles e principalmente para Camus para ver como este estava reagindo à brincadeira. Ele então diz:

—São vocês que estão dizendo — se vira e começa a sair acompanhado por Kiki que sorria. Mu deixou Afrodite e Miro gargalhando ainda.

Mu e Kiki partem para Áries e descansam até aproximadamente duas horas. A sacerdotisa arruma seu jardim, ajeita vasos, retira folhas velhas de plantas, rega árvores. Não deu tempo de ela terminar o serviço, mas com mais um dia de organização isso seria possível. A jovem vai então até seu quarto para arrumar uma sacola para ir até o lago. Ela veste um biquíni azul e coloca por cima um vestido de cor laranja. A sacerdotisa calça um par de sandálias baixa de cor marrom, pega a sacola e põe dentro uma toalha e uma escova de cabelo, fecha sua casa e parte para o lago. Ela dessa vez sai mais cedo para poder ir andando, chega inclusive primeiro. Linna se senta em uma pedra para esperar os dois, devia ser quase duas horas, ela observa o lago e começa a se lembrar da primeira vez que o viu...

—Linna-irmãzinha! Chegamos!

—Olá! — ela se levanta. Mu vinha andando calmamente atrás de Kiki enquanto esse havia começado a correr.

Kiki rapidamente fica apenas de shorts e pula no lago. O cavaleiro de ouro começa a se despir e Linna faz o mesmo de costas para Mu. Assim que esta fica apenas de biquíni, o ariano beija lhe de surpresa sua cabeça e diz:

—Pronta?

—Am...?

Antes que Linna pudesse entender o que estava acontecendo, Mu havia pegado-a em seu colo e pulava com ela no lago. O susto e a diferença de temperatura fizeram com que a sacerdotisa abrisse bem a boca e aspirasse rapidamente ar aos seus pulmões, quase chegando a engolir água. O cavaleiro a segura fortemente com um sorriso em seus lábios. Kiki observava a cena rindo. Mu então pergunta:

—Você está bem?

Linna se segura nos ombros do ariano, que agora a segurava pela cintura, um pouco trêmula e diz:

—Sim, estou. Foi só o susto...

A sacerdotisa então se solta do abraço do cavaleiro e joga-lhe água no rosto. Ela ri e nada até Kiki.

—Kiki! Me ajuda!

Mu vai até os dois e começa a jogar muita água neles.

—Ah, Mu-sama! Mu-sama!

—Pare Mu! — dizia Linna rindo até sentir dores na barriga.

Kiki tentava inutilmente ganhar no volume de água a ser jogada. A jovem já não mais conseguia ajudar nesta tarefa de tanto rir.

—Perdão, perdão — ela dizia — perdão por ter enfurecido o grande cavaleiro de Áries, tenha piedade de seu discípulo e de sua mulher! —e continuava a rir.

Mu então pára. Kiki tinha até os braços doloridos e Linna sentia sua barriga doer. Ela percebia também lágrimas saindo de seus olhos, de tanto rir. O garoto nada para longe de seu mestre.

—Certo, darei a você uma colher de chá. Dói sua barriga? — Mu sorria para a jovem. Esta responde ainda rindo um pouco:

—Sim, minha barriga dói — dizendo isso, a sacerdotisa respira fundo e fecha seus olhos. Mu faz o mesmo deixando o seu corpo boiar. Passam-se alguns minutos.

De repente Kiki pula de uma árvore em cima de seu mestre:

—Vingança! — ele grita assim que aterrisa sobre a barriga do cavaleiro de ouro.

Linna rapidamente abre os olhos e começa a rir de novo. Kiki já havia nadado para longe e Mu o seguia jogando água. A barriga da sacerdotisa ainda iria doer muito.

Kiki que já não vi mais nada, apenas água em seus olhos, suplica:

—Pare Mu-sama! Pare! — ele sabia que não adiantaria tentar se teletransportar agora, Mu faria o mesmo instantaneamente.

O cavaleiro de Áries pára de jogar água em seu pupilo que já estava ofegante. Mu parecia não ter feito esforço algum, apesar de ainda não ter recuperado todas as suas forças desde a guerra, ele ainda era um cavaleiro de ouro, e muito forte por sinal. Kiki nada novamente para longe de seu mestre. Linna sorrindo se aproxima de Mu. Ela diz:

—Lembra-se daquele dia? Eu mal pude acreditar que nós havíamos nos beijado.

—Claro que me lembro. Eu fiquei muito preocupado por achar que você me evitaria. Apesar de ter ficado muito feliz com o que houve, tive muito medo quando lhe disse que te amava e você saiu correndo.

—Sério?

—Sim.

—Eu não sabia o que fazer, eu também tive medo — Linna fita a água com um semblante sério pensativo. Mu diz:

—Agora você terá que ter muito mais medo.

Linna se espanta e olha para seu cavaleiro de ouro. Ele sustentava um sorriso maroto em seus lábios e se preparava para jogar-lhe água novamente. Ela grita e nada rapidamente para a borda:

—Não, não!

Mu deixa que ela tome distância até começar a segui-la. Linna então sai do lago dando risada, não a tempo de escapar. O cavaleiro de ouro havia agarrado as suas pernas e dizia:

—Te peguei!

Linna então se vira e o ariano segura seus braços contra o chão. A sacerdotisa sorri e fica apenas parada, esperando ser beijada. E isso rapidamente acontece, o ariano a beija. Mu continuava segurando os braços da jovem mesmo sabendo que ela não mais fugiria dele. Kiki do meio do lago permanecia olhando esta cena com um grande sorriso no rosto. O cavaleiro libera a jovem devagar para que ela saia. Esta rapidamente pula no lago e começa a nadar para longe como que provocando para ser seguida. A provocação foi aceita por Mu de Áries. Este começa a jogar água nela e também em seu discípulo que próximo estava. Era impossível que eles ganhassem na brincadeira de jogar água contra um cavaleiro de ouro.

Os três se divertiram por mais algumas horas até que o sol começasse a baixar. Linna se seca com a sua toalha e a oferece para os arianos que recusam. A sacerdotisa então penteia seus cabelos e se oferece para pentear os cabelos curtos de Kiki. Ela não deixa muita escolha para ele:

—Kiki, venha cá para eu pentear seu cabelo.

E ela o faz. E logo em seguida:

—Mu, sua vez.

O ariano nem tenta contestar. Ele estava usando apenas sua calça enquanto Linna penteava seus longos cabelos lilás. Após todos estarem de cabelos penteados e vestidos, eles saem da área do lago. Eram aproximadamente cinco horas da tarde. Linna vai para sua casa e Mu e Kiki para Áries. A sacerdotisa assim que chega, descansa um pouco. Logo depois ela toma banho e veste um vestido de cor azul escura. Ela amarra seus cabelos em um rabo de cavalo e parte para as doze casas. A jovem passa por Áries e cumprimenta Kiki. Mu estava tomando banho. Ela então passa por todas as casas, quase nenhuma tinha seu guardião dentro, apenas a sexta. A sacerdotisa chega então à décima segunda casa.

—Linna! Que bom que veio! Entre e sente-se! — Afrodite oferece à jovem um pufe para ela sentar. Linna se senta.

—Nossa, sua casa é linda! — a jovem de cabelos azuis não havia estado na sala da casa do cavaleiro de Peixes antes. Ela era muito elegante e possuía vários vasos com flores coloridas e quadros pendurados na parede. Ela pisava em um tapete muito macio de cor azul marinho com detalhes em bordô. O cavaleiro sorri para ela:

—Que bom que aprecia a minha decoração sacerdotisa!

Ela retribui o sorriso. Os dois começam a conversar até que em pouco tempo a comida fica pronta e eles passam para a sala de jantar. Esta era igualmente arrumada. Possuía uma mesa grande de madeira de cor escura, várias cadeiras e uma estante magnífica que continha vários tipos de bebidas e taças de cristal. A sacerdotisa observava tudo maravilhada. O cavaleiro de Peixes oferece a ela uma cadeira:

—Sente-se. Eu vou trazer o jantar. — a mesa já estava posta, podia se ver vários pratos, talheres e copos.

Afrodite volta com a comida e se senta. Os dois começam a jantar.

—Nossa! Muito bom! — dizia Linna enquanto comia.

—Ah, que bom que gostou! Eu fiz a minha especialidade!

A jovem sorri e continua a comer.

—Linna... Posso te falar uma coisa?

—Claro Afrodite.

—Estou adorando te ver com esse sorriso no rosto. Cada dia que passa você parece mais feliz e bem disposta!

A sacerdotisa sorri novamente e fica um pouco tímida.

—Não precisa ficar envergonhada. O amor nos faz ficar felizes, não é?

—É — responde a jovem com olhar sonhador.

—Eu disse para o Mu hoje no almoço que as manchinhas dele devem ser mesmo atraentes para as mulheres.

Linna da risada e continua a comer ainda um pouco envergonhada com o assunto.

Algum tempo depois, os dois haviam terminado de comer e conversavam um pouco na sala do pisciniano.

—Acho que eu vou pra casa agora.

—Quer que eu te acompanhe?

—Não precisa se incomodar. É perto. A gente se vê amanhã! Muito obrigada pelo jantar!

—Não há de que, espero que tenha apreciado.

—Sim, gostei muito! Não deixe de aparecer em minha casa, tchau!

—Tchauzinho!

Linna desce as escadarias para chegar em sua casa, eram aproximadamente nove e meia. Ela passa por aquário:

—Nisan! Olá!

—Olá irmã, vindo da casa de Peixes?

—Sim, fui jantar com Afrodite. Agora vou pra casa dormir.

—Boa noite irmã.

—Boa noite nisan.

Ela passa por capricórnio:

—Linna! Que prazer em vê-la!

—Olá Shura, como vai?

—Muito bem, e você?

—Bem também.

—Passeando? — o capricorniano pergunta à jovem.

—Não, eu estou voltando da casa de Peixes, eu fui jantar com Afrodite.

—Vai ficar em Áries então?

—Não, estou indo pra casa dormir — responde a sacerdotisa um pouco envergonhada.

—Está bem então, boa noite!

—Boa noite.

Ela passa pela casa de sagitário vazia. Passa por escorpião:

—Olá Linna, passeando essa hora?

—Eu estou voltando da casa de peixes, eu fui jantar com Afrodite.

—Hum, cuidado para que o seu carneirinho não fique enciumado — diz Miro rindo. Linna cora e diz:

—Não teria motivo.

—Foi apenas uma brincadeira. Está indo pra casa dele?

—Estou indo para minha.

—Certo! Boa noite então sacerdotisa.

—Boa noite Miro.

Agora até os cavaleiros de ouro estavam tirando sarro dela. Mas ela não estava brava, todos eram muito gentis e demonstravam estarem felizes por sua felicidade. Ela passa por virgem. Seu amigo meditava. Ela tenta passar desapercebida em vão:

—Olá Linna.

—Shaka... Olá. Desculpa te atrapalhar...

—Imagina, você nunca atrapalha. Como foi o jantar?

—Muito bom.

—Está indo para Áries?

—Não, estou indo para casa dormir.

—Boa noite então Linna. Durma bem.

—Boa noite Shaka querido.

Ela passa pela casa vazia de Aioria, o leonino não demoraria a chegar. Passa então por Câncer.

—DeathMask? Com licença...

—Linna, à vontade.

—Estou vindo da casa de Peixes. Ele me convidou para jantar. Agora estou indo para casa dormir.

—Certo, boa noite sacerdotisa.

—Boa noite.

Ela passa pela casa de gêmeos vazia, Saga e Kanon estavam com Athena terminando os preparativos para a viagem desta, logo estariam de volta. Passa então por Touro.

—Olá Aldebaram!

—Linna! Seja bem vinda! Como está?

—Estou bem, e você?

—Também. Está de passagem?

—Sim, estou vindo da casa de Peixes.

—Vai dormir em Áries? — pergunta indiscretamente o guardião da segunda casa, porém, ele não viu nada de mal em sua pergunta.

—Não, estou indo para casa.

—Então até amanhã à tarde sacerdotisa.

—Até amanhã Aldebaram.

Ela passa pela última, ou primeira, casa do zodíaco: Áries.

—Linna-irmãzinha! Olá!

—Kiki! Como está? — a jovem diz se agachando para ficar com os olhos na altura dos do garoto.

—Eu estou bem irmãzinha! Amanhã eu treinarei o dia todo, mas eu gostaria de te ver antes de viajar — diz o garoto um pouco triste.

—Não se preocupe Kiki! Antes da sua viajem eu me despedirei de você — Mu havia chegado da sala e permanecia observando a conversa dos dois com um sorriso gracioso no rosto — Eu vou sentir sua falta Kiki!— diz a sacerdotisa para o garoto.

—Eu também irmãzinha! —responde o garoto. Ele então pula para dar um abraço na jovem que quase cai pra trás. Ela então diz:

—Prometa que vai se divertir!

—Eu prometo! — responde um sorridente aprendiz.

Linna se levanta e dá de cara com Mu de Áries. Este ainda sorria diante da cena. Ela diz:

—Estou voltando da casa de Peixes agora, estou indo para casa dormir.

O cavaleiro se aproxima da jovem e a beija em sua testa.

—Durma bem.

—Você também Mu — responde a sacerdotisa.

Kiki sorri ao ver a cena. Ele deseja uma boa noite para Linna. Esta deseja boa noite ao garoto também e parte para sua casa. Ela ainda cumprimenta Aioria quando sai de Áries. Saga e Kanon chegavam em gêmeos. Mais um dia terminava no santuário.

Sacerdotisa - Capítulo nove


A manhã seguinte nasceu quente, Linna novamente assim que acordou treinou em seu quintal. Quando a hora do almoço chegou, ela tomou um banho, vestiu o vestido verde bem claro que havia usado há alguns dias para ir ao lago e foi para o salão almoçar.

O almoço se segue normalmente, por incrível que pareça. Muitas pessoas encaravam a sacerdotisa disfarçadamente, ou tentavam fazer isso, porém como Mu não estava presente, a situação não passou disso.

A sacerdotisa se despede de todos e parte novamente à sua casa para esperar Mu de Áries. Este havia almoçado com Kiki em sua casa após passar ao garoto novamente diversos e complexos exercícios. O cavaleiro de Áries chega um pouco menos de uma hora depois dela. Ele bate em sua porta. E Linna vai abri-la.

—Olá Linna.

—Olá Mu! — a sacerdotisa abraça seu amado carneirinho que beija sua testa. Ele diz:

—Vamos dar uma volta?

—Claro! Espere apenas eu fechar a casa...

Linna entra em sua casa e fecha as janelas, enquanto isso Mu observava da porta a casa da jovem, era uma casa simples, aconchegante, parcialmente antiga... O deixava feliz olhar para esse lugar. Tudo parecia lembrar a sacerdotisa.

—Vamos? — a jovem de cabelos azuis estava sorrindo animadamente e segurando a chave de sua casa em uma das mãos.

—Sim, vamos — responde o cavaleiro dourado. Mu trajava suas habituais roupas originais do Tibet.

Os dois começaram a andar conversando. Linna ia um pouco mais à frente com as duas mãos juntas enlaçadas na frente de seu corpo e Mu andava calmamente junto dela.

—Como está o Kiki? — pergunta a jovem.

—Está bem. Irei aumentar seu treinamento. Em breve ele irá com Athena para o Japão.

—Athena irá para o Japão?

—De tempos em tempos ela viaja para lá devido às suas obrigações por ser a dona da organização que seu avô a deixou.

—Ah sim.

A tarde segue muito bem para ambos e para o resto do santuário. Kiki passou boa parte da tarde relaxando no lago e também fez suas devidas meditações, Saga e Kanon ajudaram Athena nos preparativos de sua viagem que logo estaria por vir. Apenas o final da tarde foi um pouco conturbado para Linna e Mu quando esses voltavam para casa. A sacerdotisa se sentiu um pouco envergonhada por estar sendo observada por todos, pois como ela estava junto do cavaleiro de Áries, as pessoas olhavam ainda mais curiosas para ela. Porém Mu parecia não se importar com isso, ele apenas passou um de seus braços pelas costas da jovem e apressou o passo tendo percebido que a garota ficara envergonhada.

—Não gosta que nos vejam juntos? — perguntou Mu para a sacerdotisa assim que eles se encontraram a sós a caminho da casa de Linna. Estas palavras poderiam ter sido ditas com um tom de ressentimento, porém foram ditas com a mais pura forma de amor.

—Não Mu, não é isso. É que eu não gosto que as pessoas fiquem reparando em mim, eu me sinto constrangida...

—Como você quer que as pessoas não reparem em você? A sacerdotisa mais bela que Athena já teve.

Linna corou. Mu era mesmo um cavalheiro.

—Hum, você por acaso conheceu todas as outras sacerdotisas e ficou ainda observando se elas eram bonitas? — Linna estava com um tom brincalhão.

—Não, mas eu tenho certeza que você é a mais bela entre todas. Não precisa ficar com ciúmes.

—Eu não estou com ciúmes! — a sacerdotisa fazia um bico emburrado.

—Você fica linda emburrada — diz o cavaleiro de Áries segurando o rosto de sua sacerdotisa. Ela desmancha o bico fazendo aparecer um sorriso um pouco encabulado.

Os dois continuaram conversando andando devagar até chegar à casa da jovem.

—Linna, venha jantar mais tarde em minha casa.

— Que horas eu posso aparecer lá?

—Não prefere que eu venha te buscar?

—Hoje eu irei sozinha.

—Venha então próximo às seis horas.

—Estarei lá.

O ariano faz com que a jovem fique com seu coração disparado. Assim que ela diz que estará lá, ele a olha com seus olhos que ele tinha tão provocantes. Toda vez que ele ficava com estes olhando para ela por mais de alguns segundos Linna sentia arrepios. O cavaleiro se aproxima da sacerdotisa e a beija devagar. Assim que eles interrompem o beijo, Mu diz com sua voz calma e maravilhosa, bem próximo ao ouvido de Linna:

—Estarei a sua espera.

—Sim, eu não me atrasarei.

Mu parte para a primeira casa do zodíaco. A sacerdotisa entra rapidamente em sua casa e se se encosta à porta fechada da entrada. Ela tinha um grande sorriso no rosto, Mu de Áries a fazia se sentir como se estivesse constantemente flutuando.

Logo já eram aproximadamente cinco horas da tarde.

O cavaleiro de Áries chega a sua casa:

—Olá mestre Mu

—Kiki, Linna virá hoje para o jantar.

—Oba! Mu-sama, me deixe fazer a janta hoje! Eu já comi a comida da Linna duas vezes, por favor!

—Se você deseja tanto, pode fazer.

—Eba! Vou começar agora mesmo. A que horas ela vem?

—Eu disse mesmo para ela vir mais cedo, não precisa ter pressa.

Neste instante Camus entra na casa de Áries, ele iria visitar sua irmã.

—Olá Camus— Mu cumprimenta Aquário.

O aquariano os cumprimenta e parte em direção à casa de sua irmã.

Linna já havia escolhido o que iria vestir, ela optou por uma blusa de botões azul clara que possuía uma pequena gola e uma saia de cor rosa que passava um palmo de seus joelhos, ela usaria junto um tamanco de cor azul. A sacerdotisa se preparava para entrar no banho quando escutou alguém batendo na porta de sua casa. Ela foi abrir.

—Nisan! Que bom ver você! Entre! — Linna então deixa um beijo na bochecha de seu irmão querido.

—Vim ver como você está.

—Irmão, eu gostaria de lhe dizer que deu tudo certo. Eu e o Mu estamos ótimos!

—Eu acabei ficando sabendo, parabéns irmã.

—Próximo às seis horas eu irei para Áries, não quer ficar e me acompanhar até lá depois?

—Pode ser.

—Sente-se nisan.

Camus senta no sofá e diz:

—Que bom que você está feliz.

—Eu estou muito feliz! Ontem foi tudo maravilhoso, olha o presente que o Mu me deu... —Linna mostra seu colar.

—Um presente muito bonito — diz o aquariano.

Os dois permaneceram conversando por mais meia hora até Linna ir tomar banho para sair. Ela coloca a roupa que escolheu e deixa seu cabelo solto.

—Vamos? — pergunta o cavaleiro de Aquário.

—Sim, vamos.

Os dois partem rumo às doze casas. Assim que chegam, Mu já esperava a jovem na entrada de sua casa. Camus diz:

—Pronto, está entregue, eu aqui me despeço — dizendo isso ele sai pelo lado oposto para chegar até sua casa.

—Entre minha doce sacerdotisa, sinta-se em casa — Mu vai de encontro a Linna.

Ela entra segurando as próprias mãos na altura da barriga sempre mantendo seu lindo sorriso no rosto. O cavaleiro de Áries lhe oferece uma poltrona:

—Sente-se.

Ela se senta.

—Kiki fez questão de lhe fazer a janta, logo estará pronta — dizendo isso ele senta em uma poltrona próximo à Linna.

—Esse garoto é mesmo um amor! — responde uma sorridente sacerdotisa.

Os dois conversam animadamente por mais de meia hora, quando da cozinha surge um Kiki de avental:

—A comida está pronta! — ele estava com o rosto parcialmente sujo de farinha.

—Olá Kiki! — diz a jovem com um grande sorriso no rosto.

—Eu resolvi lhe fazer a janta assim que eu soube que você viria irmãzinha.

—Ah Kiki! — Linna diz se levantando — você é mesmo uma gracinha, muito obrigada por se preocupar! — A tais palavras de Linna, Kiki abre seus lábios em um sorriso.

—Kiki, traga a janta enquanto eu arrumo a mesa — diz Mu.

—Sim senhor! — responde seu prestativo aprendiz.

—Deixa eu ajudar vocês... — Linna diz enquanto se aproximava rapidamente querendo ajudar.

—Nada disso, agora você irá apenas relaxar — fala o cavaleiro. A jovem sorri concordando com a cabeça.

Linna espera que Mu termine de arrumar a mesa, ele oferece uma cadeira para ela sentar. Ela senta. Kiki traz algumas travessas e panelas. O jantar se inicia.

—Kiki, muito boa sua comida, uma delícia! — Linna dizia após mastigar, olhava para o garoto.

—Eu aprendi cozinhando para o mestre Mu em Jamiel!

A janta se segue até que os pratos se esvaziem. Aproximadamente nove horas da noite Linna se despede e o cavaleiro de Áries a leva para sua casa. Kiki fica organizando a cozinha. E mais um dia termina no santuário.

No dia seguinte Linna acorda bem cedo, coloca sua roupa de treinamento e vai treinar no quintal de sua casa. Após o treino ela toma banho e vai visitar Shaka na sexta casa.

—Olá Shaka!

—Linna! Como você está?

—Eu estou bem, e você?

—Estou bem.

Os dois passam uma hora conversando e saem juntos para almoçar no salão. Linna conta como foi o jantar na casa de Áries no dia anterior:

— O Kiki se ofereceu para fazer a janta!

—E como foi?

—Tudo ótimo como sempre! — respondeu Linna com um grande sorriso no rosto.

Assim que chegam ao salão, alguns cavaleiros já estavam presentes, inclusive Mu e o seu aprendiz Kiki. O virginiano se senta próximo ao cavaleiro de Áries, deixando uma cadeira para que Linna sentasse exatamente ao lado do ariano. Na hora em que Mu percebe que Linna havia chegado, ele se levanta para puxar a cadeira para ela e a cumprimenta com um beijo. Todos novamente olham para os dois. Linna logo se acostumaria com isso, mas a hora ainda não havia chegado, ela novamente se envergonha.

—Como vai Linna? — pergunta Shura.

—Eu vou bem Shura, e você, como está?

—Estou bem obrigado.

A jovem cumprimenta ainda Aldebaram e Death Mask que estavam presentes à mesa.

Os pratos são postos e todos almoçam. Assim que Mu acaba de almoçar, ele pega na mão da sacerdotisa deixando todos à mesa com olhos bisbilhoteiros. Ele diz:

—Linna, agora eu passarei mais alguns exercícios ao Kiki, espero que nos vejamos a noite — e beija sua mão.

A jovem sorri para ele, ainda um pouco encabulada.

—Nos veremos a noite.

—Tchau irmãzinha! —despede-se Kiki.

—Tchau Kiki! — retribui Linna.

Após o almoço, a sacerdotisa novamente treina em sua casa, ela treina todas as magias que aprendeu até hoje. Quando começa a escurecer ela decide ir tomar um banho e jantar. A jovem veste um vestido branco de tecido fino, a noite estava apenas um pouco fresca. Quando são aproximadamente sete horas e meia ela sai de sua casa rumo à casa de Áries.

Enquanto isso na primeira casa, Mu e Kiki já haviam jantado e este resolve sair para dar uma volta. Assim que o garoto sai, Linna chega.

—Mu?

—Linna! Entre — diz o ariano à jovem.

A sacerdotisa entra e para diante ao seu cavaleiro. Ela toma a iniciativa para um beijo. Os dois vão até a sala para conversarem.

Eles permanecem mais de uma hora conversando até Mu oferecer:

—Aceita um suco?

—Sim — responde a jovem.

—Eu vou fazê-lo, espere aqui.

O ariano então vai até sua cozinha e prepara um suco de laranja para tomarem. Ele põe o suco em uma jarra de vidro e pega dois copos. Leva tudo para sala. Assim que chega, ele repara que Linna havia adormecido. Ele sorri e diz baixinho:

—Ela parecia mesmo cansada.

Mu então deposita a jarra e os copos na mesa e carrega a jovem adormecida para seu quarto. Ele a coloca gentilmente em sua cama e a cobre com um lençol. Ele a observa respirar calmamente. Então neste momento:

—Mu-sama... — Kiki pára quando repara a cena. Ele faz cara de preocupado. O cavaleiro dourado leva seu dedo indicador aos seus lábios fechados. Kiki ainda da porta pergunta sussurrando:

—Ela está bem?

Mu se levanta, passa pela porta, Kiki da um passo para trás e o cavaleiro apaga a luz e fecha a porta do quarto devagar.

—Ela devia estar muito cansada, acabou adormecendo.

—Ah bom, eu achei que poderia ter acontecido alguma coisa. Mu-sama? Posso pegar um copo de suco?

—Claro Kiki.

Kiki então pega um copo de suco de laranja e diz:

—Eu falei com Athena hoje, depois de amanhã a tardezinha iremos para o Japão.

—Certo. Lembre-se de não dar trabalho a ela.

—Pode deixar! — Kiki respondeu animadamente — posso levar o suco pra geladeira?

—Por favor... — responde o cavaleiro de Áries.

Kiki leva o suco para a geladeira, lava seu copo e guarda o copo limpo no armário. Ele volta para sala e se prepara para dormir. O garoto pega seu colchão que ficava guardado atrás do sofá e pega no armário da sala um cobertor fino.

—Mu-sama, o senhor ainda vai precisar de mim?

—Não Kiki, pode dormir.

—Aonde o senhor vai dormir?

—Aqui no sofá.

—Boa noite mestre Mu!

—Boa noite Kiki.

O cavaleiro pega um lençol dentro do armário da sala e se deita no sofá para dormir. Eram aproximadamente nove horas.

No meio da noite, próximo a uma da manhã, Linna desperta:

—Estou em Áries — percebe.

A sacerdotisa se levanta segurando seus braços, sentindo um pouco de frio: o tempo havia esfriado um pouquinho. O quarto estava escuro, mas ainda sim dava para se ver o caminho. Do vão da porta que dava para a sala, ela pôde observar que entrava claridade, possivelmente da lua. Ela abriu a porta devagar acordando Mu de Áries.

—Linna, volte a se deitar, ainda está tarde.

A jovem fita o chão, chateada, por ter dormido sem querer. Kiki permanecia dormindo. O cavaleiro de ouro continua:

—Gostaria que eu ficasse com você até que você adormeça novamente?

A sacerdotisa apenas faz que sim com a cabeça e entra no quarto. Ela espera em pé ainda envergonhada, por ter pegado no sono, a chegada do cavaleiro. Mu entra e deixa a porta um palmo aberta para que entre claridade. O cavaleiro diz:

—Pode se deitar.

Linna deita. O ariano a cobre novamente e senta ao seu lado, deixando suas pernas, abaixo do joelho, para fora da cama.

—Mu, me desculpe por ter pegado no sono.

—Não se preocupe com isso. Eu sinceramente gostei de você ter dormido. Isso demonstra que você se sente tranqüila em minha casa e mais ainda que confia na minha proteção.

A jovem de cabelos azuis sorri:

—Posso me deitar no seu colo? — pergunta.

—Claro.

Linna se aproxima de seu cavaleiro e repousa de lado sobre as pernas de Mu. Este acaricia seus cabelos até que em poucos minutos a jovem adormeça. O cavaleiro de ouro permanece assim por mais algum tempo, observando a jovem que dormia tranquilamente sobre suas pernas. Bem devagar ele se levanta e puxa um travesseiro para a sacerdotisa. Ele a olha uma última vez e volta para sala fechando a porta atrás de si.

Mu se deita no sofá e dorme até o amanhecer.